O peixe é uma adição maravilhosa a qualquer dieta saudável. Geralmente o teor de gordura é baixo (muitos tipos fornecem 20% ou menos de calorias da gordura), fazendo dele uma ótima opção de proteína. A gordura que contém parece ser uma promessa de cura e prevenção de doenças.
Comer peixe no lugar de carne vermelha ou de ave geralmente significa menos gordura total, mas isso quase sempre quer dizer menos gordura saturada (contanto que você não tenha pedido um filé de peixe frito ao molho tártaro).
Isso é importante quando se trata da saúde do seu coração e dos vasos sanguíneos. Ironicamente, os peixes gordos são melhores do que os peixes magros por conterem mais ácidos graxos ômega 3.
Os dois ácidos graxos ômega 3, o ácido eicosapentaenóico (EPA) e o ácido docosahexaenóico (DHA) são extremamente bons para o seu coração. O EPA reduz as atividades das plaquetas sanguíneas, evitando os coágulos de sangue que podem levar a um infarto ou a um derrame. Eles também reduzem os níveis dos triglicerídeos (ver Doenças do Coração e Derrame para discussão sobre a importância dos triglicerídeos). O DHA ajuda a evitar os batimentos cardíacos irregulares (arritmias), estabilizando a atividade elétrica no coração.
Um estudo ligou os ácidos ômega 3 à diminuição do risco de infarto. Outro estudo descobriu que pessoas de mais idade que comem uma porção de peixe gordo por semana têm 44% menos chance de sofrer um infarto. Pesquisas recentes confirmam os benefícios advindos da ingestão de peixe, tanto para homens como para mulheres.
A pesquisa feita com 22 mil homens pelo Physician's Health Study (Estudo da Saúde dos Médicos Americanos), por exemplo, descobriu que aqueles com os maiores níveis de ômega-3 no sangue tinham menor risco de morte súbita. E a pesquisa conduzida pelo Nurse's Health Study (Estudo da Saúde de Enfermeiras Americanas), realizado com 85 mil mulheres, descobriu que duas a quatro porções de peixe por semana reduziu em 1/3 o risco de doenças do coração. Mesmo aquelas que consomem peixe apenas de uma a três vezes por mês apresentaram benefícios. Como resultado dessa pesquisa, a American Heart Association recomenda o consumo de duas porções de peixe por semana. Por outro lado, os suplementos de óleo de peixe não são muito recomendados pelos especialistas porque, em altas doses, podem causar hemorragias. Isso é possível acontecer com os suplementos, mas é improvável que aconteça devido ao consumo de peixe.
Os ômega 3 também se apresentaram como uma promessa de alívio dos sintomas da artrite reumatóide por causa das suas propriedades antiinflamatórias. Novamente, acrescentar peixe ao cardápio apenas duas ou três vezes por semana é a sugestão para uma dieta mais saudável.
Você não precisa comprar peixe fresco para ter os benefícios oferecidos pelos ácidos graxos ômega 3. Os peixes enlatados como o atum, a sardinha e o salmão oferecem os mesmos ácidos ômega 3 que os peixes frescos.
Escolha e conservação
Os peixes estragam rápido. Se corretamente manuseados, os gordos como a anchova, o salmão, a cavala ou o arenque, duram apenas uma semana depois de pescados; os peixes magros como o bacalhau e o badejo duram cerca de 10 dias. Para ter certeza que o peixe que você está comprando é fresco, veja se ele tem um "cheiro de peixe" muito forte. Se você sentir este cheiro, não compre. Se comprar peixe inteiro, em filés ou postas, eles devem ser firmes e não macios ao toque. As escamas devem ser claras e brilhantes, não viscosas. Veja os olhos do peixe: eles devem estar claros e não turvos. Também devem estar salientes e não afundados. Os filés e as postas de peixe devem estar úmidos. Fique longe se parecem ressecados ou enrolados nas extremidades.
É aconselhável preparar o peixe fresco no mesmo dia que você comprá-lo. Geralmente o peixe estraga mais rápido do que a carne vermelha ou de ave. O peixe inteiro normalmente dura mais do que filés ou postas. Você poderá guardar o peixe fresco na geladeira durante a noite se colocá-lo num saco plástico sobre um prato com gelo. Se precisar guardá-lo por mais tempo, congele-o. A qualidade é mantida se ele for congelado rapidamente. Congele o peixe inteiro apenas se ele pesar um quilo ou menos. Os grandes devem ser cortados em pedaços, postas ou filés. Os peixes magros podem ser congelados por até seis meses e os gordos por apenas três meses.
Dicas de preparo e conservação do peixe
Preparar o peixe sem adicionar muita gordura é simples. O segredo para manter a carne do peixe úmida e saborosa reside em aproveitar os sucos e a gordura natural. A regra número um é preservar a umidade. Em termos práticos, isso significa evitar o fogo direto, especialmente quando preparar peixe magro. Você terá ótimos resultados com o linguado, o tamboril, o lúcio e o vermelho se prepará-los em calor úmido, incluindo cozinhar no vapor, com vegetais ou com um molho que mantenha o peixe úmido.
Os métodos de cozinhar em calor seco, tais como assar e grelhar, funcionam bem para os peixes gordos.
Os peixes cozinham depressa. Isso significa que podem passar do ponto rapidamente. Você sabe que já está pronto quando ele está opaco e a carne começa a soltar lascas ao encostar o garfo. A regra prática para preparar o peixe é cozinhar 10 minutos para cada 2,5 cm de espessura, medido do lado mais grosso.
Marinar faz maravilhas pelo peixe. Assim como com o frango, pense na segurança. Nunca deixe o peixe marinando em temperatura ambiente, somente na geladeira. Nunca use a marinada como molho para o peixe pronto, a não ser que você a ferva antes.
A carne vermelha, as aves e o peixe podem ser excelentes fontes de proteína. Com a escolha, preparação e conservação corretas, esses três itens podem formar a base de qualquer dieta saudável e fornecer ao seu organismo mais armas para lutar contra as doenças.